No 1º dia o dia parecia estar a pregar-nos uma partida, pois a estrada estava toda molhada, o tempo carregado, e parecia que a qualquer momento ia desabar uma bela carga de água. Mas felizmente foi só impressão, lá partimos de Alcácer, com aquelas belas paisagens verdes proporcionadas pelos campos de arroz, e a pitoresca vila ficava para traz enquanto os sinos davam as 9h badaladas. Logo entrámos nos trilhos, e no interior alentejano, pelo menos naquele que a maioria parte de nós pensa ser o Alentejo, grandes estradões, sem qualquer subida ou descida! Mas quem assim pena está enganado, pois a Serra de Grandola estava mesmo ali, e que belos momentos proporcionou atravessar toda a serra de uma ponta à outra, passando por Santiago, onde colocamos mais um pouco de gasosa, pois o dia ainda ia a meio. Por falar em dia, este foi extraordinário, soprando apenas uma ligeira brisa de oeste, que por vezes era bastante útil para nos refrescar, pois as nuvens haviam desaparecido, e o Sol apertava bastante. Depois de Santiago, terminamos a ultima parte da Serra de Grandola, e a emoção ia aumentando, com o aproxima do mar. A brisa marítima começava a fazer-se sentir. E a boa hora decidi alterar um pouco a parte final do track depois da barragem, pois aquela chegada a Porto Covo é fabulástica, e faz qualquer um recuperar energias, e que bem que soube aquele gelado. Seguimos com passagem pelo Porto de Porto Covo, em trilhos que já não passava à uns anos, e que me fizeram recordar o meu inicio em médias distâncias, quando realizei o Alvalade-Porto Covo. Milfontes estava logo ali, e nem o estradão cheio de lombas e lombinhas, fez desmotivar a sensação de chegar a Milfontes, e de dever cumprido, pelo menos metade para esse dia, pois ainda faltava chegar a Aljezur. A vontade foi mergulhar ali mesmo na praia, pois estávamos na hora mais quente do dia, mas a alucinação tinha que continuar, e lá seguimos rumo a Aljezur, por entre campos de milho, e campos enormes de relva em que apetecia realizar um belo derby em cima de relva tão bem tratada. O Cabo Sardão foi como um bombom que nos colocaram na boca. Pois a paisagem era magnifica, e serviu novamente como alento para os km finais. Seriam perto das 19h30 quando finalmente avistei o eucaliptal do camping do Serrão, e foi uma sensação espectacular, pois afinal tinhamos conseguido terminar o nosso objectivo do 1º dia, em que a fasquia tinha sido colocada um pouco alta, sobretudo porque não conheciamos grande parte dos trilhos por onde iriamos passar. A noite foi passada em Aljezur, com um belo Jantar, e ainda com passagem pelo bailarico da vila.
Apesar do cansaço a ansiedade para conhecer ao vivo os trilhos do dia seguinte era muita, e valeu bem a pena, pois a ligação Aljezur-Sagres, é qualquer coisa de outro Mundo. É um verdadeiro Portugal desconhecido da maioria de todos nós, um paraíso à beira mar plantado, protegido por aqueles montes e vales que evitam os intrusos de betão de se aproximarem.
Foi uma etapa bem mais curta que a anterior, e que nos fez suar bastante mais, mas também suspirar bastante mais, com trilhos, estradões, e paisagens que são o Sonho de muitos amantes da natureza.
Agradeço sobretudo ao JMB a bela pancada que é a inciativa de organizar esta VPBTT, e proporcionar estes momentos a todos nós.
Bem Hajem...
P.S. Não tenho fotos do 1º dia, mas as do 2º compensam tudo.
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